Sobre a Autora:
Gláucia tem 32 anos, é casada, nascida e criada na cidade de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Formou-se em Sistemas de Informação pela Universidade do Rio e atualmente trabalha como analista de serviços de telecomunicações.
Leitora ávida e compulsiva,já leu mais de duzentos livros e hoje se dedica a publicar resenhas sobre obras literárias.
Começou a escrever no final de 2008,quando publicou sua primeira história na internet. Depois de tanto “brincar de escrever”,postando contos , resolveu publicar o seu primeiro livro: Para sempre.
Entrevista
L.G: Olá
Gláucia. Muito obrigada por ter aceitado a entrevista com o Lovelly Girl ,parabéns pelo seu trabalho e é um grande prazer ter você aqui!
G.Santos: Tati, agradeço pela oportunidade
de demonstrar meu trabalho.
L.G: Como você
se descreve mesma?
G.Santos: Eu sou uma pessoa simples, amável,
amiga e que gosta de ficar em casa na sua, lendo um bom livro, escrevendo ou
assistindo TV. Posso até dizer que sou um
pouco taciturna, pois prefiro a solidão de um quarto, do que as
multidões.
L.G: Todos nós
temos um admirador(a), alguém que nos
motive e nos inspire... Quem é essa pessoa na sua vida?
G.Santos: Posso dizer que a pessoa que
sempre foi um espelho para mim é a minha madrinha. Ela tomou conta de mim
durante anos, enquanto minha mãe trabalhava, e passamos muito tempo juntas.
Cheguei a morar com ela durante 10 anos e quando penso em viver minha vida sem
essa pessoa, sinto um vazio misturado com dor. Então não vou citar ídolos ou
personagens, mas sim alguém real, que faz parte da minha vida e que amo muito.
L.G: O que você
gosta de fazer nas horas vagas?
G.Santos: Gosto muito de ler. Esse é o meu
eterno vício. Hoje, por causa da tendinite e do desvio na coluna escrevo pouco,
então não posso extravasar o estresse escrevendo. A leitura é, sem dúvida, algo
que me acalma e me entretém.
L.G: Me responda
com uma só palavra: Amizade?
G.Santos: Sinceridade.
L.G: Diversão?
G.Santos: Leitura.
L.G: Sonho?
G.Santos: Ganhar na loteria (Não para ficar
rica, mas para ajudar meus pais, irmãos e sobrinho. Dinheiro ajuda muito quando
se vive com salário mínimo.)
L.G: Família?
G.Santos: Tudo
L.G: Você
iniciou escrevendo fanfictions. O que acha desse universo?
G.Santos: Acho fantástico. Quando leio um livro ou assisto a um filme, sempre me
vem à mente um final alternativo. Sempre imagino o depois e como poderia ser se
tomassem outras atitudes. O bom das fanfics é que você pode brincar com a sua
imaginação e reescrever finais felizes. Esse foi um período muito importante em
minha vida e a partir dele aprendi que posso fazer o que quiser com minha
imaginação.
L.G: E quando
foi que surgiu o desejo de publicar um livro?
G.Santos: Eu nunca tive interesse em
publicar. Quando escreveria era mais uma forma de terapia. Isso me ajudava com
os problemas emocionais. Minhas leitoras sempre diziam que tinha talento e que
deveria investir nele. Foram cinco anos ouvindo isso de várias pessoas. Um dia
acreditei e resolvi tentar.
L.G: Seus
leitores sabem que Para Sempre foi
seu primeiro romance publicado pela editora Baraúna .Conte-nos um pouquinho
sobre ele?
G.Santos: Meu estilo de escrita era mais
arrojado, digamos que um pouco sensual. Quando resolvi fazer o primeiro livro,
fiz uma fanfic politicamente correta, mais preocupada com as mensagens que
passaria. Se era para escrever um livro, que deixasse algo bom para os
leitores. Não queria escrever o melhor livro ou com enredo perfeito, mas aquele
que alcançasse e transmitisse mensagem de amor, fé, família, esperança e Deus,
então fiz um delicioso clichê e com final previsível. As minhas leitoras compreenderam isso e
aceitaram, mas essa não foi a fanfic preferida, pois o meu público gosta de YA.
Escrevi uma trama usando dois
tempos verbais, para que o leitor tivesse uma totalidade de presente e passado.
Achei que ficaria chata uma trama linear, assim a protagonista no presente fala
de sua família, filhos, netos, sobrinho e marido. Justin está doente e esse é
um momento delicado, mas em meio a angustia da perda iminente, há também as
recordações de uma vida. A trama é linda, cheia de lições de vida e para o
leitor que apreciar o livro de coração aberto, receberá algo de bom. O livro só será chato, se você não tiver boa
vontade para degustar a trama e se emocionar com a vida de um casal lindo, que
amou, errou, correu atrás dos sonhos e construiu uma família linda.
L.G: Conte-nos um pouco sobre os
personagens?
G.Santos: Elizabeth ou Lizzy é uma mulher
forte, determinada, vinda de uma família cheia de problemas, com um pai
alcoólatra e uma mãe amargurada. Ela não teve amor e carinho em casa e desde
criança soube que teria que se virar sozinha. Já Justin vem de uma família politicamente
correta, com preceitos religiosos e foi sempre seu melhor amigo. No início da
adolescência eles se descobrem apaixonados e fazem promessas para uma vida. Aos
olhos do leitor, podem parecer promessas vazias, mas para eles sempre foi real.
Há um desencontro e depois de 10 anos retomam a amizade e o sentimento explode
novamente. Justin é o lado frágil da relação. É ele quem erra, quem não tem
pulso firme para correr atrás dos sonhos, mas em Lizzy ele tem a figura da
pessoa ponderada, capaz, lutadora e incentivadora. Ela está sempre balanceando
a relação e com isso eles conseguem formar a família sonhada. São anos de
dificuldade e dramas, mas a narrativa no presente deixa claro que tudo valeu a
pena.
Temos também os pais do Justin e o
irmão dele, Jake. Essas personagens também são adoráveis e tiramos muitas
lições através dessa família politicamente correta, mas que tem seus podres no
fundo do baú. Jake trás leveza e graça a trama, pois é uma criança dotada, que
fala o que quer e deixa as pessoas constrangidas. O leitor certamente se
divertirá muito com ele.
L.G: As ideias sempre fluíram
facilmente ou encontrou alguma dificuldade para compor a história?
G.Santos: Essa trama foi imaginada há uns
anos e quando comecei escrever saiu tudo diferente. Parece que ao iniciar uma
nova trama, as coisas fluem e ela toma forma a cada capítulo. É delicioso todo
processo, pois você acaba criando algo da forma que não imaginou.
L.G: Você teve
dificuldade pra conseguir uma editora que publicasse sua obra?
G.Santos: Conseguir uma editora para
publicar é a coisa mais difícil. Não
quero comentar novamente sobre o fato, mas hoje só publico por uma editora se
for de graça. Fora isso, continuarei com publicação independente. Para quem
está começando, só tenho que desejar boa sorte!
L.G: Qual a
importância das parcerias com os blogs e a relação autor/blogueiro?
G.Santos: Os blogs parceiros são
fundamentais para os autores, principalmente para quem está começando agora,
como eu. Sem eles não teríamos chance de divulgar o trabalho. Através disso
temos o boca a boca e ganhamos novos leitores.
O grande problema é que o blogueiro
acha que autor é rico e quando você começa a publicar, chove pedidos de
parceria pedindo livros de graça. Ele não entende que a pessoa tem que trabalhar
30 dias no mês e juntar dinheiro um ano para publicar um livro.
Se eu fosse fechar parceria com
todos que me pedem, só teria livros para parceiros e não venderia nada, pois a
minha tiragem foi de 100 livros.
Sempre peço compreensão quando
respondo os e-mails, mas sei que muita gente fica chateada. Infelizmente sou
pobre, não tenho editora e não tenho como oferecer parceria. Essa é a
realidade! Para que divulga sem parceria, agradeço de coração e levo isso em
conta ao fechar novas parcerias. Muitos dos que ganharem no lançamento de Luz
da minha vida foram os blogueiros que compraram e divulgaram Para Sempre.
L.G: Qual
mensagem você pode deixar para seus leitores?
G.Santos : Leia! Não importa, leia! Através
da leitura você vive novas vidas, viaja por outros lugares e aprende uma
infinidade de coisas, além de melhorar o vocabulário.
Também gostaria de pedir para os
leitores ajudarem os autores nacionais. É muito difícil ser autor em um país
que não há incentivo, que as editoras só apostam em publicações estrangeiras e
os leitores têm preconceito com os nacionais. Acho que estamos vivendo uma nova
fase na história e teremos muitos autores consagrados em uns dez anos. Mas para
isso é necessário que o leitor exija nacional, compre nacional e leia nacional.
L.G: Gláucia , obrigada
mais uma vez por aceitar a entrevista!
G.Santos: Gostaria de agradecer imensamente
pela oportunidade de divulgar o trabalho e falar um pouco sobre mim. Muito
obrigada, de coração, pelo carinho.
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